Entrevista de Riordan ao OnPoint

Rick Riordan, vem sendo considerado por muitos o sucessor de JK Rowling. Há aqueles que concordam, há aqueles que dizem que Riordan só seguiu uma receita antiga que fez sucesso, mas com uma escrita envolvente e uma narrativa empolgante, ele conquistou o coração de vários leitores. "E por isso trazemos para vocês uma entrevista exclusiva feita pelo OnPoint com autor das séries "Percy Jackson & The Olimpians" e "The Chronicles of Kane".


Entravistadora: Rick Riordan, bem-vindo ao ‘onpoint’.Como você conseguiu tempo para fazer essa entrevista?

Rick: Essa é uma pergunta justa, Jane, é bom estar aqui. É, eu estive bem ocupado, eu acho que isso é uma coisa certa a se dizer.

Entravistadora: Bom, uma vez você disse que Percy Jackson nasceu de desespero. É uma ótima história. Eu queria que você nos contasse como surgiu esse personagem.

Rick: É verdade,esse realmente foi o caso de precisar tirar uma história da minha cabeça para o meu filho, ele estava na segunda série na época, lutando para ler, para fazer deveres de casa e tendo uma fase terrível na escola. Nós não sabiamos o que estava acontecendo até nós testarmos ele e descobrirmos que ele tinha deficit de atenção e dyslexia e como um professor, eu já havia lidado com esses problemas muitas vezes, mas quando é com seu próprio filho é... é um pouco diferente. E eu tentei mantê-lo envolvido com a escola, eu tentei procurar qualquer coisa que ele tivesse gostando e acabou que a coisa que ele gostava na escola era mitologia grega, uma das minhas favoritas desde sempre. Foi por isso que eu comecei a contá-lo histórias antes de dormer em casa, Hércules, Jasão e os Argonautas, e quando as histórias acabaram, ele me pediu para inventar uma nova. E eu pensei nas lutas que ele estava passando com o deficit de atenção e a dyslexia e decidi que a mitologia poderia me ajudar do jeito que ela sempre foi usada, para explicar coisas difíceis de se explicar. E eu inventei um novo semideus, Percy Jackson, que descobriu que suas dificuldades de aprendizado são, na verdade, sinais de que ele pode ser muito especial, que ele pode ter sangue olimpiano.

Entravistadora: Então nos conte mais sobre esse super-herói improvável, Percy Jackson, e, superficialmente, a trama de Percy Jackson.

Rick: Bom, Percy Jackson, ele começa em O Ladrão de Raios, o primeiro livro, como um garoto de doze anos com muitas dificuldades na escola, ele foi expulso de todas as escolas a quais ele frequentou. Nunca é culpa dele, essas coisas acontecem, ele se mete em perigo, monstros atacam ele, coisas estranhas acontecem, e isso nunca fez sentido para ele até que ele faz doze anos e descobre que a razão por trás de seus problemas é que os deuses gregos ainda estão por aí, tendo relações com mortais de tempo em tempo e tendo filhos que são metade deus, metade humanos como Hércules e Perseu, e Percy Jackson é um deles, ele é filho de um dos deuses gregos e, por causa disso, sua vida vai ser muito difícil e, em O Ladrão de Raios, ele tem que partir em uma missão, um dos raios de Zeus foi roubado e Percy tem que encontrá-lo para salvar a América e devolvê-lo ao Empire State Building, onde fica escondido o Monte Olimpo, quartel general dos deuses.

Entravistadora: E Percy Jackson, assim como seu filho, tem deficit de atenção, o que dificulta ficar sentado numa sala de aula, mas mantem-no vivo no campo de batalha, não é?

Rick: Certo, nós pensamos positivamente sobre o deficit de atenção, é claro, como qualquer pessoa com deficit sabe, não significa que você não consiga prestar atenção, significa que você presta atenção em tudo, e se há algo mais interessante acontecendo na janela do que a aula do seu professor, então você vai prestar atenção nisso. Então, no campo de batalha, isso pode te manter vivo. E o mesmo para a dislexia, dislexia é um problema muito complicado, ela dificulta o processamento da palavra escrita, e eu explico isso para os semideuses como se o cérebro deles estivesse na freqüência do grego antigo então é claro que a língua inglesa vai ser um pouco complicada, vai ser um desafio para você. Mas é tudo um sinal de que existe algo muito especial esperando por você, é algo bom, não um problema.

Entravistadora: Então, no início, quando você começou a contar a história de Percy Jackson para seu filho, além do fato de que ele se conectou tanto com o personagem, o que nas suas histórias alcançou o seu filho, o que em Percy?

Rick: Eu acho que o que ele diria é que ele gosta de Percy porque Percy não é um personagem perfeito, fazendo coisas perfeitas num mundo perfeito, ele é um garoto normal e com falhas, com problemas que ele pôde se identificar, ele não é o melhor aluno no mundo, têm muitas dificuldades, além das coisas normais como se preocupar com garotas, se preocupar com o que seus pais acham dele, onde está o seu pai que ele nunca conheceu, coisas que muitas crianças podem se identificar, ele também tem esse problema que ele pensa que seus professores talvez possam ser monstros de verdade que estão lá para pegá-lo, e no caso de Percy, essa é uma verdade incontestável. Isso foi crítico para Haley. E também, eu tentei fazer Percy ser como muitas crianças que eu ensinei por anos, eu tentei dar a ele sentimentos de adolescentes, eu tinha uma boa idéia do que crianças acham interessante, o que elas acham engraçado e o que eles acham chato.

Entravistadora: Eu ia te perguntar isso, sendo um professor, você viu esse interesse pela mitologia grega nos seus alunos?

Rick: Certamente, é algo que eu gosto de ensinar todo ano, eu ensinei tanto Estudos Sociais quanto Inglês, mas mitologia grega é a vencedora. É a matéria favorita dos estudantes, eu acho que os deuses gregos realmente são nossos primeiros super-heróis. Eles tem muitas coisas que são atrativas para as crianças, eles são poderosos, mas ao mesmo tempo, eles são cheios de falhas, muito humanos e eu acho que essa mistura é realmente um apelo para leitores jovems, além disso, as histórias são simplesmente ótimas, elas tem mistério, magia, romances, monstros, vilões, heróis, missões perigosas, tudo o que você pode querer numa boa história.
Tradução e Transcrição: 1° Div. Regional

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